“Agora, Senhor, olha
para a ameaça deles. Dá aos teus servos confiança para anunciarem corajosamente
a tua palavra. Estende a mão para curar, a fim de que, por meio do poder do
nome do teu dedicado Servo Jesus, milagres e maravilhas sejam feitos. Quando
terminaram de fazer essa oração, o lugar onde estavam reunidos tremeu. Então
todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a anunciar corajosamente a
palavra de Deus”. Atos 4.29-31
O que fazer diante das
perseguições? E quando nossos líderes forem perseguidos e presos por pregarem a
verdade do Evangelho? E depois que os líderes forem libertos e falarem que há
ameaças de morte e castigo se continuarem com a pregação do Evangelho? Talvez a maioria responda que o melhor é orar
a Deus, suplicar jejuar etc.. Sim, mas
que tipo de oração elevamos ao Senhor nesta hora? Aquela triunfalista que clama
a Deus para que o Senhor elimine todos os nossos adversários, pois somos “filhos
do Rei” e ninguém pode nos tocar, afinal, somos ungidos? Será a oração que pede
que Deus acampe seus anjos ao redor do local em que estamos orando para que
ninguém invada e nos deixem em paz? Podemos orar também pedindo que Deus desça
fogo do céu? Alguns mais poderosos orarão pedindo que o Senhor cale a boca do
inimigo? Talvez, alguns realizarão um ato profético em algum lugar determinando
que o Brasil é de Jesus e vamos ganhar a questão no “berro”?
Chamou-me a atenção como agiu
a igreja primitiva quando seus principais apóstolos e líderes foram presos (não por falcatruas). Pedro
e João haviam sido presos por curarem um coxo e depois questionados diante do
Sinédrio, um conselho de líderes judaicos que tinha poder até de mandar matar.
Após reunião entre si, os membros do conselho decidiram soltar os apóstolos,
não sem antes, ameaçá-los com a ordem expressa de não pregarem mais no nome de
Jesus. Ao retornarem ao convívio da igreja e contarem tudo o que aconteceu com
eles e como foram ameaçados eles rompem unânimes em oração. Mas não é uma
oração triunfalista. Eles reconhecem a Soberania de Deus (v. 24), que toda esta
fúria, do povo e dos líderes, estava registrada nas Escrituras e foram predeterminada
por Deus (v.25-28). Cientes de que estes perigos e ameaças que rondavam o povo
do Senhor, não fugiam e estavam no controle da soberania divina sua oração é um
modelo para nós hoje em dia que estamos cercados de falsos líderes e suas orações
triunfalistas.
A primeira coisa que eles
pedem, depois de reconhecerem o Reino de Deus nesta situação é: “Agora, Senhor, olha
para a ameaça deles. Dá aos teus servos confiança para anunciarem corajosamente
a tua palavra. Estende a mão para curar, a fim de que, por meio do poder do
nome do teu dedicado Servo Jesus, milagres e maravilhas sejam feitos” (vv.
29,30). Seu pedido era de que o Senhor olhasse para aquelas ameaças, não para
eliminar os adversários, mas pediram confiança. Para vencê-los era preciso o
poder de Deus nas suas vidas. Eles não pedem para que Deus elimine o
problema ou elimine seus adversários. Com o poder da pregação do Evangelho é
possível que seus próprios adversários conheçam a verdade. Não foi assim que
Deus agiu conosco, seus inimigos? Com o poder para pregar a Palavra eles pedem
que a mão do Senhor os acompanhe, fazendo curas, sinais e maravilhas em nome de
Jesus. Eles ouviram bem quando Pedro e João falaram que o Sinédrio não pode
deixar de reconhecer que eles tinham estado com Jesus (Atos 4.13), que tinham
realizado uma cura (4.14-16) e que o poder manifestado na cura do coxo levou o
povo a glorificar a Deus (4.21).
Vivemos momentos difíceis no
mundo para o povo cristão. Estamos cercados com o aumento da iniquidade e
falta de temor a Deus. Eu penso que talvez a igreja hoje seja o Jonas no navio,
ele está afundando e culpa é por que ali está um desobediente a Deus. Será que
nossas orações não estão ocupadas demais com o nosso bem estar? Será que não
estamos ocupados demais pedindo bens passageiros e bem estar? Não está na hora
de pedirmos poder para pregar o Evangelho e que a mão do Senhor nos acompanhe
com curas sinais e maravilhas? Foi isso que levou a igreja primitiva a impactar o mundo da sua época. Sei que teremos de sair do comodismo, é verdade,
mas foi isso que levou os apóstolos e a igreja a triunfar, sem determinismos,
mas com orar + ação corretas. O Senhor Jesus Cristo mandou que seus discípulos
fossem pregar o Evangelho e eles foram em obediência e o resultado ficou por
conta d’Ele: “Os
discípulos foram anunciar o evangelho por toda parte. E o Senhor os ajudava e,
por meio de milagres, provava que a mensagem deles era verdadeira”. Marcos 16.20
A história mostra que até os inimigos do Evangelho
vieram a se converter, com certeza um dos maiores foi Saulo de Tarso, mas isso
veio com orar = ação = oração correta. Assim o lugar tremeu, eles foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com autoridade a Palavra de Deus (v.31).
Oremos: Senhor perdoa-nos!
Estamos ocupados demais com nossos interesses e esquecemos que somos
representantes do teu Reino aqui na terra. Remove do nosso coração as
preocupações passageiras e que venhamos a nos ocupar com as tuas coisas que são
eternas. Dá-nos a plenitude do teu Espírito para pregarmos o teu Evangelho e que
a tua poderosa mão fique manifesta com curas, sinais e maravilhas. Em nome de
Jesus, amém!
Pr. Paulo Rocha